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O Nocaute da Nobre Arte: Uma Análise do lamentável exemplo de Popó x Wanderlei

Em um mundo que tanto busca por referências e exemplos, qual mensagem enviamos quando os pilares da "nobre arte" são abalados por comportamentos que contradizem séculos de tradição e valores milenares? Como podemos, enquanto administradores, consultores e promotores de valores, garantir que a essência do que construímos não se perca em meio ao eslumbre do espetáculo? É tempo de repensar o impacto de nossas ações e o legado que deixamos.


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Foi com um misto de tristeza, vergonha e preocupação que testemunhamos um duro golpe desferido contra uma categoria que, por sua essência, sempre lutou pela valorização e respeito. A confusão que culminou no lamentável desfecho do embate entre os ícones Acelino Popó Freitas e Wanderlei "Cachorro Louco" Silva foi, sem dúvida, um golpe baixo na nobreza dos valores prezados pelo esporte e, em especial, pelas artes marciais. Valores profundos e milenares, como disciplina, respeito e honra, foram brutalmente aviltados em uma noite que deveria celebrar a grandeza de dois atletas.


O evento, aguardado com expectativa, transformou-se em um espetáculo deprimente. O que se viu foi a vitória de Acelino Popó Freitas sobre Wanderlei Silva por desclassificação no quarto assalto, ocorrida em 27 de setembro em São Paulo, ser manchada pela selvageria e pelo desrespeito. Wanderlei, um astro do MMA, recorreu a cabeçadas e golpes ilegais, demonstrando a incapacidade de lidar com a dominância do tetracampeão de boxe.


Mas o pior ainda estava por vir. Finda a luta, a confusão se generalizou. Equipes e lutadores, ao invés de demonstrarem o respeito mútuo esperado após um combate, trocaram agressões em cima do ringue. Uma cena constrangedora que ecoou em diversas vozes do esporte. A campeã Cris Cyborg expressou a desilusão de muitos: "A luta acabou já era, o corner do Popó provocando após a luta. É muito triste acontecer isso no esporte. Na realidade, essas provocações a semana inteira, um desmerecendo o outro e não respeitando a história do outro. Os dois fizeram história cada um no seu esporte. Espero Wanderlei recupere logo".


Foi uma vergonha, uma selvageria que desrespeitou não apenas o boxe, mas a história de ambos os lutadores. Essa noite será lembrada não pela performance ou pela emoção do esporte, mas pela balbúrdia. O final foi uma decepção para o seleto público presente, para a Spaten (patrocinadora do evento) e, sem dúvida, um "golpe baixo" para a Rede Globo, que dedicou grande espaço à promoção do evento. Contudo, o grande derrotado da noite foi, inegavelmente, o boxe.


Este deprimente e lamentável acontecimento serve como um alerta. Eventos "pseudo-profissionais" precisam ser repensados. É imperativo que a organização e o código de conduta reflitam a "nobre arte" que tanto amamos, para que não se repita a perda de credibilidade tão duramente conquistada junto à mídia e, mais importante, para que não se torne um mau exemplo para os jovens fãs e aspirantes a atletas.


As artes marciais, em sua essência, são muito mais do que um embate físico, são um caminho de vida e a honra deve ser sempre o maior prêmio.


O embate entre Popó e Wanderlei Silva expôs uma ferida aberta no coração das artes marciais. O que deveria ser um palco de celebração da disciplina, respeito e superação, transformou-se em um espetáculo lamentável de descontrole e desrespeito mútuo, culminando em uma briga generalizada que envergonhou não só os atletas, mas todo o esporte.


André Tixa Orsine Matos

 
 
 

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